"ERRAR É HUMANO, PERSISTIR NO ERRO É... ESTAR ENVOLVIDO".
Genial! Lendo "Seja Feliz meu Filho", - Içami Tiba ; Editora Gente - tive uma epifania. Eu sou um cara de fases sintomáticas que me tomam com uma profundidade tamanha e que mudam meu jeito de ser o agir ser.
Naturalmente eu sei ser um pouco canalha. Tenho lábia e uma auto-segurança extremamente poderosa (nas fases em que estou inspirado), mas não passa de uma máscara adquirida pela criação e idealização social de um homem " machão" que eu deva ser.
Digo que não é nada mais nada menos do que a própria orientação, seguida de um sentimento de endeusamento paternal que carrego, tentando subconscientemente demonstrar uma imagem espelhada do que ouvi e admirei da existência jovem de meu próprio pai (e suas peripécias), seguida é claro dos valores passados por educação e orientação por ele, naturalmente por si só, de que deveria ter um filho seguro das conquistas e manejo de desejos.
Mas, como disse acima, não passa de uma máscara da minha real natureza, equilibrada, sensível, apurada pelo sentimento de conquista, de meticuloso "cortejo", da necessidade de romance e paixão avassaladora. Sou sim em certas fases um tremendo canalha, mas gosto disso...
É um jogo que bem esquematizado faz render em porções medidas o mínimo de compactualidade e reciprocidade que espero de uma mulher que eu queira conquistar. Está certo de que ferro tudo quando me deparo com uma mulher que realmente tenho um desejo absoluto e intenso (se não estiver postado nesta fase de canalhice), mas que de uma certa maneira me rende em um momento futuro (hora certa) a conquista desejada ou, momentaneamente, o coro de "você é fofo".
A conquista na verdade é fase de testes, da delícia maior da socialização, e um relacionamento íntimo derivado de uma conquista vitoriosa, ah, esta meus amigos é algo divino! (que deixa saudades).
Sentir uma massagem no ego ao ver uma mulher tremer com suas palavras e abraços, ouvir sua voz vacilar ao responder, fechar os olhos em êxtase intenso em seus próprios prazeres ao ser alvo da conquista... Tudo em busca da compactualidade perfeita de duas almas, do prazer gostoso, do hedonismo! Mas sou fases, sou humano.
Sou o que sabe ser canalha e safado para conquistar (devo estar inspirado para isso, sinceramente). Sou o que gosta de estar longas temporadas sozinho para refletir, sou o que prefere se isolar (Fase da fossa!) - sou o que sempre, acima de qualquer outra fase, vai preferir se doar e amar. É claro que amadurecemos com o decorrer do tempo... Já escrevi inúmeras vezes das mudanças da alma, de desejos e vontades que sofri, das idealizações que tive, do que aprendi, das novas visões, do que queria e do que certamente viria a fazer "em relação á", como:
*Entre centanas de outros.
Mas percebo que não posso criar medidas para mim mesmo, que não posso esperar estas mesmas medidas de minhas companheiras. O modelo de relacionamento que tomo pelos meus pais, não pode ser um objetivo para mim pois nunca serei como eles e jamais poderia esperar o mesmo de um relacionamento, exigir da outra pessoa que o fizesse igual, nem esperar que alguém hoje seja como eles foram. Percebo hoje que esperamos muito menos carinho do que temos dado, muito menos doação do que esperamos receber em nossos íntimos, porque já não temos mais o que esperar das pessoas - Tão cansados que estamos em nos decepcionar.
Todos se assustam com a segurança do sentimento de paixão e amor, as pessoas se esquivam da certeza de fidelidade e compactualidade pois o espírito humano, o íntimo de cada uma delas espera que exista uma pontada de dor, de sofrimento. É como diria Cazuza: "toda dor traz no fundo uma pontinha de prazer".
O espírito humano deve ser alimentado com o sofrimento e a incerteza em dados momentos pois a estabilidade os assusta, a segurança assusta, o amor assusta... Somos seres miseráveis.
Não venham me dizer que é diferente, pois somos todos iguais ao que eu venho dizendo neste blog, somos seres de fases. Alguns condenarão a idéia, outros concordarão, mas suas conclusões podem vir a mudar á qualquer momento, pois, vocês que se apaixonarem novamente, se encherão de esperança de que "agora vai" e se esquecerão de como é ser miserável ao término de cada relacionamento... As mulheres mais velhas reclamam dos homens, do que eles se tornam e que só pensam com o pinto e são insensíveis, mas não se dão conta de que tanto elas quanto nós, somos os responsáveis pela criação destes "monstros", nós nos maculamos tantas vezes buscando o que sempre será " inatingível" que quando temos as cartas na mão não acreditamos que seja real, e o descartamos mais uma vez... Zombamos das virtudes do outro, pisamos em cima da paixão sem nenhuma compaixão e somos os responsáveis pelo "BASTA" berrado em alto e bom som pelos que abandonamos, exatamente porque os temos tão facilmente para nós.
Somos todos realmente quem podemos ser, mas nos moldamos com o tempo e experiências.
Meus planos de vida, de relacionamento eram de fato encontrar uma pessoa para toda a vida (na hora certa) e compartilhar com todo o meu afinco e doação as conquistas e sentimentos (virtudes aprendidas ao observar o relacionamento de meus pais, que não deixa de ser o meu sonho de consumo afetivo). Mas hoje não esbanjo mais esta esperança, hoje apenas espero que pro resto da vida terei de renunciar definitivamente á real natureza do que quero expor com meus sentimentos e que mesmo á contragosto, terei de sustentar um pouco da canalhice para o resto da vida, porque, no fim, é o que me rende os frutos. É o que me dá as conquistas com facilidade e domínio, deixando para macular, manchar e putrefrar o relacionamento, todo o carinho, atenção e amor sincero que despejo após a conquista com sinceridade.Virar o rosto e esquivar do abraço enfim, tem rendido mais frutos do que estar ali, com ombro, colo, abraço e olhar sincero.
Eu sou fruto do que me fizeram ser, a renúncia do que acreditei enfim por muito tempo.
Abandonado e sozinho, sujo, jogado ao canto é onde deixarei a doação com o carinho desmedidos... Aplicar as medidas e limitações parece muito mais sensato para alimentar a controversa natureza humana. Isso, por fim quem vos diz é a pessoa que hoje observa de fora o que antes era o maior envolvimento, o verdadeiro relacionamento.
Não irei persistir no erro pois não me relaciono mais assim, hoje sei os erros cometidos por refletir e observar, com tempo e espaço para pensar sobre, sem fazer como muitos que persistem no erro de se envolver novamente pois para a alma é mais conveniente.
Meçam então suas verdades... O amor é bom, mas fica para depois.