sábado, julho 31, 2010

"COVARDES"



Tudo o que nós pensamos è na morte. 
Comemos para não morrer, acasalamos para procriar e perpetuar nossos genes com medo de passar despercebidos, construìmos grandes arranha- céus para que nossos nomes sejam lembrados, respiramos para sobreviver, mas a cada segundo nos lembramos do que é certo... A morte - Texto do personagem Octopus do filme "SPIRITY".

Quem trabalha com uma profissão de risco sabe mais do que ninguém sobre a iminência do único fato certo que temos em vida... O suicida se lembra também somente da morte, claro que por conta do seu desejo mais particular e mesquinho também (lembro-me de uma idéia passada por um professor da faculdade de que quem se mata não mata somente a si... Perpetuamente mata seus familiares, companheiros, os que o amam mesmo que em partes).

Assisti hoje a tarde á cena de King Kong em que o grande macaco está aprisionado na Broadway servindo de atração ao espetáculo e que enquanto acorrentado, as pessoas o assistem sentadas, mesmo que relutantes. 
No momento em que Kong se levanta todas as pessoas correm por suas preciosas vidas completamente desembestadas. Como aquela cena é um retrato fiel da natureza humana tão mesquinha!
Se divirtem ás custas dos outros, olham tão curiosas e atentas á um acidentado ou cadáver pela rua causando atrasos e transtornos no trânsito, dificultando o acesso do resgate só para terem por um breve prazer o vislumbre da natureza da morte, em uma forma de saciar sua tão imbecil curiosidade por este fato que tanto lhes amedronta. Mas é claro que se o perigo estiver sobre elas, não se importam em deixar todos outros pisoteados para trás. 
Os que atrapalham por serem curiosos, os que pisoteiam pessoas caídas no chão para se salvarem, os que não zelam por animais que lhes passem á frente, os que abandonam quem quer que esteja ao seu lado para correr, são as caricaturas da covardia, do medo, do egoísmo tão peculiar da natureza humana. Sobrevivência própria à qualquer custo, acima de tudo e todos.
Não cito neste texto as pessoas que tem este valor de heroìsmo, às mães ou pessoas nobres (não estou generalizando!), falo apenas da típica pessoa que em uma situação de perigo não pensa na possibilidade heróica de salvar alguém, se há mesmo esta possibilidade... Ela só corre, sem olhar para trás, abandonaod o mundo ás suas costas como obstáculo eficiente do perigo que a põe á prova.

E é o mais notável ato que podem dar ao mundo... Passarem pela vida despercebidas, nos bastidores, com vidas frágeis e fúteis... Descartáveis.  
Mas que sinceramente, merecem uma bela e longa surra.

"EM MIM"



"Conta para mim qualquer coisa assim sobre você, que explique a minha paz".

Sim,
Paz e acho que por ela devo algumas explicações.
Devo porque estou ás portas de algo que me é belo e que realmente não quero perder.
Eu sou a exteriorização do que aprendi desde sempre com o amor dos meus pais e devo quase tudo isso á minha mãe... Quando estou em um relacionamento me vejo mais simples do que o normal. 
Tudo me é mesmo mais belo e prático. 
Tudo é mais saboroso.
Eu realmente gosto de estar junto, de matar o tempo, fazer nada ou fazer de tudo... Espero os dias passarem anciosamente bolando mirabolantes maneiras de me declarar ou presentear mesmo á distância, sem encontrar limitação alguma para com as mulheres que amo. 
Sou mais fácil de se lidar do que pareço. Faço menos questão das coisas fervorosamente sabendo que elas não são possiveis por mais particular que sejam os motivos.
Existe um pequeno detalhe, uma simples frase que planto desde o começo á ponto de simplificar as maneiras de lidar comigo e que me façam entender e respeitar o espaço, é o diálogo. É a importância de se saber que têm o direito de me ser sincera e direta sem medo do que tenha de falar.
As pessoas tem a liberdade de me avisarem, pedirem e comunicarem sobre suas responsabilidades, obrigações, prazeres e vontades e é claro, acima de qualquer outra pessoa tem ainda mais este direito a minha namorada.
Terá seu espaço respeitado, seu tempo, suas vontades... Mas é preciso clareza no diálogo.
Eu realmente faço questão de muita coisa, mas desde muito cedo aprendi a viver sem. A "questão" que faço não me é uma questão de vida e morte, é somente um "bel-prazer". E não é me negar, nem ter de me adaptar ou mudar meu jeito nem nada disso dizer que não é necessàrio... É simplesmente uma questão de sim e não, de clareza, que há de se esperar para saber se terá á vista este prazer ou não. 
Se não, sempre estará tudo bem.
Eu sou realmente quem sou... Me frustra um pouco não poder ser todo o carinho que espero poder ser pelas mulheres... O tenho desta grandeza graças á minha admiração pela singularidade de cada uma de vocês.
Não peço mais do que a delícia da cumplicidade... Não quero mais do que o olhar sincero, a presença mesmo que eventual e que se não possa ter isso, que tenhamos ao menos os beijos.

Tenho grandes sonhos, enormes expectativas para tudo e todos, tantas são que me perco ás vezes nas escolhas do tanto que quero, mas além do que penso e planejo, sei exatamente onde quero chegar. 
Tenho sim as minhas prioridades e o que há de restar aquém delas será um prazeiroso complemento... Ou nada.
Quero dividir estes sonhos, conversar, viver, amar, sem cobranças, sem invasão.
Só espero a cumplicidade sincera em ter de ouvir ou falar mesmo aquilo que não se quer independente se vá ferir ou não. 
Quero poder estar junto até o ponto em que menos se esperar, eu possa sentir de novo desde lá no fundo do peito todo o orgulho que tenho por uma mulher misteriosa, complexa, absolutamente interessante.

Não quero perder algo que amo...

Savi?

"Caetano Veloso - Felicidade"





Felicidade

Felicidade foi se embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora
(mais rápido)

A minha casa fica lá de traz do mundo

Onde eu vou em um segundo quando começo a cantar
O pensamento parece uma coisa à toa
Mas como é que a gente voa quando começa a pensar

Felicidade...



Felicidade foi se embora

E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora
(mais rápido)

A minha casa fica lá de traz do mundo

Onde eu vou em um segundo quando começo a cantar
O pensamento parece uma coisa à toa
Mas como é que a gente voa quando começa a pensar

Felicidade...

segunda-feira, julho 26, 2010

"HERÓIS NATURAIS"


Penso sobre as grandes conversas de nossas vidas.
Minha mãe estava hoje em nossa Agência de viagens vendo um email com várias fotos de lugares, momentos e pessoas de forma aleatória mas belezas muito particulares na alta definção de cada foto.
Uma delas me chamou a atenção, tanto pela foto, quanto pelo gesto de minha mãe que me despertou um turbilhão de possiblidade e pensamentos na mente em poucos instantes.
Quando viu a foto acima do casal de velinhos se beijando ela se ajeitou na cadeira e estremeceu o corpo em um gesto quase que imperceptível. No mesmo instante de ter visto este fato, me surgiram vários pensamentos em sequência, começando pelo fato de saber que todo o gesto aconteceu pelo grande desejo que intimamente sei que minha mãe tem de envelhecer ao lado do meu pai, de mesmo com cabelos branquinhos ter todo este carinho e doação que ela certamente percebeu na foto.
Me passou uma infinidade de situações que cresci vendo em que minha mãe se doava inteiramente por nós e pelo meu pai, coração de mãe mesmo, desejo de família feliz e harmonia que ela certamente tem... Desejo de satisfação futura em ter criado com maestria os filhos e que mesmo passando por barras pesadas durante a vida ainda continuar a ter um relacionamento sólido e feliz.
Em seguida me passou pela cabeça uma possibilidade ínfima e negativa de "SE" um dia o casamento viesse a terminar e o carinho fosse cessado... Pensei que eu não usaria de todos os meus esforços para ser dramático, ou encontrar maneiras de os unir de novo pois eles certamente saberiam o que estavam fazendo, renunciariam para não prolongar infelicidade e manchar toda a passada felicidade. Talvez eu sentasse ao lado de cada um deles em situações diferentes, em momentos propícios apenas calado e de braços abertos para os ricos conselhos que certamente viesse a receber, lembranças de belas histórias e momentos, lições sábias de quem conhece as situações e as peças que a vida nos prega, exatamente como são as cenas de alguns filmes que nos emocionam em conversas sinceras de pais e filhos... Talvez eu falasse, mas algo sensato e razoável, não um drama de filho traído.
Mesmo que algo tão bonito assim terminar fosse um crime eu teria a humildade de avaliar que acima dos meus problemas e dilemas, existiriam a vida dos dois condutores de toda esta situação que certamente tem as suas razões que viriam a ser maiores do que eu poderia entender... Mas tudo isso hipoteticamente falando é claro... Eu nunca passei por isso, eu nunca vi isso pra ter uma idéia do que pode ser a dor de ser personagem de algo assim.
Eu imaginei uma coisa que tenho toda a minha fé de que nunca irá acontecer, não quando vejo dois jovens namorados nos olhos e carinhos dos meus velhos - de sabedoria e não de idade! - pais. Eles são o retrato mais puro do que um dia eu quero ser por alguém, do que quero construir com uma parceira... Uma eterna paixão adolescente regada de carinhos e compreensão e que espero continuar a ver até mesmo quando os cabelos estiverem branquinhos e os movimentos forem lentos.

domingo, julho 25, 2010

"STRIKE"

 
Programa em família + um agregado (fomos levar o bestão pra conhecer) em Araras pra jogar boliche.
Fora toda a longa aventura da viagem até lá, com uma variada trilha sonora que começa em Go Go Dools, Green Day, Blink 182 até Caetano, Cazuza, Nando, Baleiro e Titãs lembrando dos bons tempos de nossas brilhantinas sempre perfeitamente acompanhada pelas tão admiráveis vozes de taquara rachadas de cada um de nós, teve também a espera de duas horas pela pista do Boliche (que não haviamos reservado) ouvindo uma banda bem legal no deck de bar do Velloso em Araras, até o momento em que fomos jogar e tivemos a desagradável companhia de um grupo de dois casais no rinque que nos dividia a mesa (dois rapazinhos extremamente duvidosos  viadinhos e duas meninas completamente nada a ver com cara de porquinhas, coitadas) que comiam pastéis enquanto jogavam e faziam questão de engordurar bastante as bolas que dividíamos com a maior cara de pau do mundo.
Foi engraçado perceber como nossas personalidades se impõe, as de minhas irmãs e eu. 
Em poucas palavras da Ana Paula (belíssimas e altas alfinetadas) e alguns olhares perfurantes (meu e do Caio) conseguimos encurtar a folga daquela turminha sem noção, inclusive parecendo passar um medinho pro viadinho que ficava encarando a gente tentando parecer intimidador (coitadinho), fazendo com que se fossem mais cedo.
Nós conseguimos antes com muita gentileza encurtar nossa espera com a doce moçinha do caixa do Boliche que com muita paciência me foi tentando fazer o favor de nos deixar jogar mais cedo e em seguida essa briga de imposição de espaço com a turminha da futilidade... Povo inconstante, rs.
Divertido, delicioso brincar em família, matar a saudade e a vontade de jogar boliche.
Na pontuação final acabei ganhando o jogo com dosi strikes consecutivos (victorious!) e de bônus alguns tombos (por estar jogando de meias) até pegar de novo o jeito da coisa.
Muito bom mesmo... Tnks Sis!

sábado, julho 24, 2010

Gwyneth Paltrow & Huey Lewis - Cruisin Together


Pela liberdade incondicional dos desejos, por todo este carinho,

Obrigado.

"MEU IRMÃO E EU"


 Poucos tem este privilégio... Chamar um babaca "ralé e chulé" que nem tem o mesmo sangue que eu de irmão.
Vou aproveitar (como poucas vezes o fiz) este estado de pré-embriaguez "aguda" com litros de vodka & energético + vinho vagabundo + algumas poucas latas de cerveja pra retratar com entusiasmo e sinceridade o que tão assustadoramente me assola o peito nesta noite (hahaha!).
Peguei um amigo pra criar, um irmão! - Diria meu pai que estou "FUDIDO".
Nos conhecemos á quase 9 anos, passamos por poucas e boas, pesadas e inacreditáveis histórias e situações que certamente pouquíssimas pessoas nos dariam crédito e certamente custariam em acreditar. Somos irmão de bobagens e "trakinagens", de bobeiras e tontices, idiotices e safadezas... Podem crer, tem histórias que certamente não poderão ser contadas nem aos nossos filhos.
Escrevo em certo estado de embriaguez após tantas fatais misturas que integram meu fluxo sanguíneo esta noite (olha a profundidade!), fugindo do que por alguns anos me é comum. 
Fato que poucos sabem, me aconteceu um acidente de carro há uns dois anos que mudou meus jeitos e trejeitos... Parei de beber, de fumar, de ser rebelde, tirei meus brincos, renunciei ás gandaias, farras, "orgias mentais" e babaquices, me separei de meus amigos, deixei as baladas, saí da brilhantina. Não nego que tenho saudades, que tenho vontades, mas como a pessoa que me fiz, com os valores que carrego, não volto a fazer coisas que já fiz, não repito experiências, não frequento novamente alguns certos lugares não faço novamente o que já fiz.
Por vezes, a nostalgia e saudade me tomam... Por vezes não é preciso sair e farrear, procurar pessoas, fugir do controle, só o que preciso é um pouco de saudade, de lembrança, como fizemos esta noite, conversar.
Escrevo em partes com minhas palavras, rápidas, constantes, num fluxo intenso que me é difícil até de conseguir expressá-las á tempo no texto antes mesmo de se perderem na rápida geração de cada palavra, de cada vontade, de cada lembrança.
Hoje resolvemos matar saudades, lembrar do passado, até mesmo do tempo em que tiramos nossas carteiras de motoristas e ganhamos mais um nova liberdade e independência. 
A gente resolveu assistir um filme, beber alguma porcaria, passar o tempo, relembrar, conversar sobre o que já fizemos juntos e com a galera, sem novamente cometer. 
Estou no mesmo quarto em que quatro anos atrás escrevi um perfil completo e profundo de orkut na alta madrugada, lutando contra meus novos entusiasmos da adolescência, no mesmo computador em que em variadas oportunidades fiz jogos de conquista ao lado do meu irmão (que como sempre o faz, está dormindo... Roncando), no quarto em que bolamos planos mirabolantes na alta e longa madrugada.
Escrevo por relembrar as palavras, as canalhices, as bobeiras e a estupidez que já nos tomaram na adolescência, as voltas com a Trans-Ratazana e escrevo também por novas experiências.
Felipe é um grande babaca, mas é meu irmão, companheiro para qualquer situação seja para jogar girassóis nas casas de pretendentes de madrugada, encher as casas de papel higiênico pelo mero prazer de gastá-los em rolos, seja para passar a madrugada com a galera na árvore ou passar o ano novo com novas promessas e desejos de novas aventuras entusiasmáticas.
Escrevemos com copos cheios de energético e vodka na mão, não para meramente jogar palavras mas para confessar de que independente das situações escolhas e atos que tenhamos tomado na vida a amizade está acima dos erros e caminha ao lado do  perdão e compreensão.
Assistimos esta noite novamente o humor negro, o sadismo de um filme do Tarantino "BASTARDOS INGLÓRIOS" (Aliás uma grande indicação para agregar um humor negro "cult" em nossas mentes tão sarcásticas), relembrando da adolescência, do Whisky com mel e guaraná, do porco no rolo do time de futebol nas tardes no clube, da piscina com sabão, academia com toda a galera, narguilé, viagens escondidas pra Pirassununga, favores, trocas de casa e cama com quem quer que tenha passado, nas festas, cagadas e fortes noites de embiaguez, nos lembro dos montinhos de inicação dos mais novos no quarto do beliche e do "saco" do Fedô balançando no alto (A eternizada "visão do inferno")... Escreveremos não para completar, não para nos pronunciar sobre o que cometemos mas simplesmente por jorrar idéias e lembranças em prol de um futuro enriquecido com cada uma delas, jamais esquecidas e sempre valorizadas para nós e nossas famílias, por nossas mentes e descendentes.
Agora é o momento em que eu acordo o vagabundo bêbado que jaz na cama há alguns passos atrás de mim esperando que desta vez seja possível um primeiro e diferenciado pronunciamento enriquecido por nossa tão fiel e atroz companheira desta noite, a frutífera (dou-lhe este título pois foi por minhas mãos, anos após o acidente que pela primeira vez resolvemos desfrutar deste prazer juntos novamente - após um tão prolongado regime de minha parte) vodka com energético. Com vocês a palavra do duvidoso mestre, de sinceras palavras arrancas por anos de convivência e companheirismo, com tantas confidências e pouca complascência: 

"Não importa quantas amizades farás em uma balada ou em um instante de sua vida, somente poucos terão o privilégio de acordar-te de mardugada após energético e vodka para momentos muitas vezes únicos em sua vida como este! Lembrem-se sempre, o que mais importa não é fazer novos amigos, mas sim conservar os antigos, principalmente aqueles que conservamos como irmãos!!! 
Não importa o momento, mas sim quem temos ao nosso lado, pois somente disso que conseguiremos lembrar-nos ao final de nossa trajetória, quando nossos filhos não serão mais adolescentes e nossos netos não serão mais crianças, tais momentos estes que poderão nos fazer sentir certo gosto de sarcasmo ou alegria ao ver-nos contar tais histórias, mas somente nós mesmos poderemos sentir como estas foram e como significam para nós! 
A principal diferença está em sentir com os pensamentos e com o coração!!".

Agradeço pela tão fiel irmandade e malandragem Bro' ;  Seu vagabundo de merda.

Por uma noite de babaquice pra matar a saudade dos bons tempos do "Sem limites".

Novos Bastardos (hahaha!).

terça-feira, julho 20, 2010

"CHEIRO DE LEMBRANÇA"


Rolou uma saudadezinha da infância hoje durante o horário de almoço.
Estávamos meus pais e eu conversando sobre coisas sérias da vida quando fui beber um pouco de Coca-Cola, onde me bateu uma lembrança e comentei sobre o cheiro que me veio ao nariz, de algum remédio, cheiro forte de ferro com gosto marcante que ficava na boca por um longo tempo, meio amargo e enjoativo. Tomei este remédio umas duas vezes na infância, não me lembrava destes fatos nem seu nome ou para o que servia e achei engraçado como progressivamente me veio uma infinidade de lembranças da casa de Presidente Prudente, toda cheia de coisas interessantes, muito simples mas sempre organizada.
Lembro da minha mãe fazendo nhoque, batendo bife, passando cera nos tacos, pegando as roupas do varal, retirando ervas daninhas com faquinha de cozinha no fundo de casa e plantando ervas e especiarias para cozinhar.
Era sempre muito bom... Fazíamos feira juntos, eu via aqueles caminhões lotados de laranja e tangerina até a boca, sendo escolidas com um latão de tinta cortado. Comíamos pastel e colhíamos verduras nas barracas, onde eu me maravilhava com uma infinidade enorme de brinquedos coloridos a cada quarteirão que passava.
Era ótimo!
Todos os cheiros se chocavam na feira, espetacular. 
Gostoso foi o filme que me passou na cabeça, da inocência daquela época, de como minha mãe era menina, nova, do meu pai vindo almoçar, das minhas irmãs ainda adolescentes que estavam deixando as bonecas para trás e começando a se interessar por garotos.
Hoje me resta lembrar de tanta coisa engraçada, diferente, rara, coisas que não vejo mais, nem nas feiras, nem em casa... Estranho como as coisas passam e nos fogem da assimilação. 
Nos lembramos depois somente, com MUITA SAUDADE, depois que elas se vão, depois que não nos são mais a realidade corrente.

Bons cheiros, boas lembranças!

segunda-feira, julho 19, 2010

Não te quero senão porque te quero



Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.

BOAS DE PABLO NERUDA

"FRIEZA"



Me pergunto do por que as pessoas se tornam frias, impessoais.
Me pergunto, quem eu tanto quero impressionar com toda a minha dedicação, com tantos valores, com os cuidados que tenho, com a educação, com o zelo. Eu tendo a receber de volta?
Por um relativo periodo de tempo recebo sim. Mas eu peco em não me permitir... Eu sempre procuro mais do que ja tenho, outra que se mostra ainda mais complexa. Situações de vida, escolhas.
Tenho a tendência de antecipar acontecimentos, possibilidades e certezas do que venha a acontecer com o que decido fazer, com as pessoas, com as coisas, com as escolhas.
Engraçado como eu não erro.
Não erro mas me decepciono.
Infelizmente parece que é preciso criar um certo jogo de frieza e mudança no tratamento e nas minucias do cuidado que tenho... Acho que o que meus pais são, cultivam e construiram deve ter morrido com eles.
Infelizmente não posso ser o que cresci vendo, não dá pra dar tudo de mim... Tenho de dar pouco, deixar na miséria, ser frio, insensível.
 

sexta-feira, julho 16, 2010

1985 - Rua Orlândia, 875 - Ribeirão Preto

Texto escrito pela minha irmã já há alguns anos, retrata muito bem a saudável nostalgia que cultivamos entre nossa família. Infelizmente seu extinto blog, o TNKSVERYMUSHA já deixou de enriquecer a rede mundial, mas vale aqui suas lindas palavras:



postado por Musha em TKSVERYMUSHA - 2 anos atrás


Que delícia lembrar do passado.
Hoje me lembrei logo pela manhã de quando tínhamos, na casa de Ribeirão Preto, uma estante feita de tijolo (aquele alaranjado) e em cima deles, uma tábua, depois mais uns três tijolos e outra tábua... e era uma estante dinâmica! Minha mãe podia aumentar ou diminuir a altura de uma prateleira para outra com facilidade.
A verdade é que era uma casa simples, mas cheia de amor. Uma vida de luta dos meus pais para criar duas filhas de 4, 5 anos enquanto eles tinham 22. Eram jovens demais, mas se amavam muito e isso nos muito fazia feliz.
Eles não tinham defeitos. Eram perfeitos e heróis.... e eram de fato aos nossos olhos de crianças.
Nunca, em momento algum nos abandonaram para fazer um passeio. Estávamos sempre juntos... Éramos sempre nós quatro. Eles não faziam a menor questão de ficarem sozinhos, mas continuavam sendo como namorados e não escondiam os beijos apaixonados.
Colocar a TV no quintal de casa para assistir Show do Jô (na década de 80), espalhados pelos colchões no chão. Nós quatro juntos, era motivo de alegria. Não havia nada melhor do que aquilo. Não havia outro lugar que fosse melhor do que aquele.
A piscina de plástico que minha mãe montava no fundo de casa... e servia coquetel dentro do abacaxi pela janela da cozinha... néctar dos Deuses. Era uma casa de paredes descascadas, mas era melhor do que estar em um Resort na
Suíça.
As músicas da Gal, da Rosana ou da Tetê inspiravam minha mãe, enquanto fazia faxina na casa... antes de nos acordar com “Bom dia Flor do Dia!” todos os dias.
Os passeios de carro, sem parada em restaurantes (para economizar) eram momentos incríveis. Víamos casas enormes e achávamos que eram castelos. Víamos aviões pousando e nos emocionávamos... As coisas eram maiores!
O colírio que nós escondíamos na estande da sala para encenar o choro enquanto escutávamos “Meu cãozinho Xuxu”... risos... ai ai... Isso nos mantinha ocupadas.
Me lembro do biquíni amarelo e pequeno que a minha mãe, aos vinte e poucos anos, usava para tomar sol a tarde na varanda de casa.... num gramado cercado por um muro alto. Como ela podia ser tão linda!? Consigo vê-la ainda sentada lá.
O meu pai que nos levava de moto até a escolinha. Divertida escola! Cid de Oliveira Leite era o nome. Tinha uma árvore no parquinho cheia de pequenas borboletas. Uma vez tentei levar uma de presente para minha mãe... dentro da mão, mas quando cheguei em casa, ela tinha morrido. Me lembro que minha mãe colocava sempre as florzinhas que recebia em copos americanos de água.... e lá ficavam até morrer. Eram florzinhas pragas que nasciam no meio da rua, mas eles nos faziam nos sentir importantes! Aquela florzinha era cuidada com o mesmo carinho que nos davam.
A calçada de casa era de quadrados de cimento cercados de grama que aparávamos em conjunto com uma grande tesoura de jardim. Duas na verdade, uma amarela e uma de cabo vermelho.
“Diaxo!” e “Gozado” eram expressões a vó sempre usava ao telefone, quando ligava para saber se estava tudo bem.
Arroz com catchup, massa de coxinha, arroz com vinagre, mexido de sobras do almoço era o nosso banquete! Não tinha restaurante nenhum que batesse aquela comida que minha mãe fazia.
Tivemos tudo o que as crianças querem. Apesar das dificuldades, meus pais nos davam patins, barbies, bicicletas, relógios... eram sempre simples, mas para a gente, não existia marca, nem preço. Era o que era... e era o mais bonito que podia existir. Não queríamos outro e não trocaríamos por outro. Ganhar os presentes era sempre uma surpresa. Colocaram os relógios no nosso braço a noite, enquanto dormíamos... os dois juntos. Quando acordamos, lá estava a surpresa presa nos nossos bracinhos... e eles ansiosos para que acordássemos.
No dia do meu aniversário, mamãe não perdia a hora de ligar a Xuxa às 8:30 da manhã para eu ouvir: “Parabéns, hoje é o seu dia que dia mais feliz!”
Nunca deixamos de ter um bolo no aniversário. Nunca deixamos de ter um beijo de boa noite ou um “Durma com Deus”. Nunca ficaram contra nós e a favor de ninguém. Nunca deixaram de perguntar como foi o dia na escola. Nunca deixaram de ir numa reunião de pais... faziam questão!
Boas lembranças da infância que tive... éramos nós quatro. Éramos mais amigos do que pais e filhos. Nos divertíamos e conversávamos como amigos. Nunca nos trataram como se não soubéssemos das coisas por sermos crianças. Éramos um grupo. Como eu sou feliz por cada detalhe do que tivemos... por ter tido uma vida tão simples que me fazia achar que uma casa de 4 quartos era um castelo.... mas que em castelo nenhum haveria de ter dias tão divertidos como os nossos. Só faltava uma coisa... um menino. Quem diria que teríamos o melhor deles!? O Bruno chegou em 1989, quando nossa história continuou em Presidente Prudente.... aí, éramos cinco imbatíveis amigos.


quinta-feira, julho 15, 2010

"PROPÓSITO?!"


Propósito... Qual é o seu?

Sempre me atinei muito durante as fases do meu crescimento físico e espiritual de que devemos ser humildes e aprendizes de toda situação que a vida venha a nos apresentar, sempre em prol de um futuro de bem e de progresso.

Aprendi desde pequeno que os maiores valores e virtudes que um homem pode ter são a gentileza, a solidariedade, a humildade e sabedoria para cada mínimo ato que venha a realizar em sua vida, quer este envolva várias pessoas, quer não.

Graças aos homens e mulheres que tenho por ícones e heróis, eu me fiz de todo doação. Por mais fadigado que possa estar,  por mais desanimado ou depressivo, eu jamais hesitarei em dar minha vida por aqueles que amo. 
Vejo que não sabemos absolutamente nada da imprevisibilidade que é a vida e, portanto, deixo todos os dias incansavelmente os meus elogios, sentimentos, votos, confissões e juras de amor por cada uma destas poucas pessoas que tenho na mais alta estima, esperando que, se por um acaso do destino nosso contato venha a ser o último, que seja regado das mais sinceras e por vezes exageradas palavras de carinho e amor, para que eu satisfaça o peito em saber que as juras devidas, foram cumpridas.

A soberania com que conquistei cada um dos meus espaços, eu devo aos meus pais. Com eles sempre aprendi que era preciso zelar por uma boa reputação, pela minha pessoa e por nosso nome. Com esta ideia lançada á mim desde muito cedo, pessoalmente, lembro que tinha uma compreensão suspensa e limitada do verdadeiro sentido que integra esta orientação dos meus pais, mas que com o tempo, me foi devidamente esclarecido o sentido e a importância deste zelo. Nunca foi preciso me embebedar para me divertir, nem passar vexame, dar trabalho, ser carregado. Nunca me foi necessário sanar a curiosidade e desejo de experimentar uma droga, pois o meu verdadeiro vício, me surgiu desde muito cedo: O de zelar pela integridade do meu corpo, da minha mente e de minha reputação.

O propósito de cada palavra que nos é falada é sempre maior do que nós poderemos entender (á principio), e é um teste fácil o de entender esta suposição: Apenas leia um poema, releia com mais atenção e menos pressa e, depois de algumas horas ou dias, releia novamente. Você sempre poderá tirar um novo sentido, uma nova interpretação, uma nova informação de cada uma das palavras daquele texto, técnica esta que cabe no uso de analogia para qualquer tipo de conversa que venhamos a ter, seja digital ou pessoal pois, ás vezes, nos prendemos tanto no sentido negativo do que a palavra pode significar, que nos fechamos em um casulo, limitando nossa interpretação e visão crítica da realidade do que verdadeiramente está contido nas palavras daqueles com quem estamos conversando. 

Digo isso com experiência de causa, de alguém que se atina por vezes apenas no lado negativo de uma afirmação, me desestruturando e me abalando emocionalmente por um longo tempo, trazendo fardos indevidos, vazios e tolos.

 Já fiz milhares de orações em minha vida nos momentos de caos, mas já há muito tempo renunciei á esta fé desesperadora... Não preciso horar nos desfechos, não preciso me acalentar em algumas palavras esperando algum conforto, pois, só o que preciso nestas situações, é me lembrar de que sempre terei FÉ em mim para encontrar uma saída. A oração não é somente um conjunto de  belas palavras que aprendemos em nossos templos, em nossas escolas ou com nossos pais. Ela é o desejo contido e limitado por um obstáculo que para nós parece por hora intransponível, e é na fé (Seja em uma entidade ou em nós mesmos) que encontramos a força para transpô-la. 

Nos atinamos tanto em acreditar ou desacreditar, que nos esquecemos de que também somos deuses de nossa própria existência, somos nós que nos levantamos para aprender a andar, somos quem nos esforçamos para entender dicção de palavras e aprender a falar, somos nós que caímos e nos ralamos até aprender a pedalar, que sentamos em uma carteira de colégio nas horas de silêncio gutural em frente á perguntas inelegíveis de álgebra II com apenas 10 anos de idade, e que com nossos esforços, perseverança, vontade e NECESSIDADE, damos tudo o que temos para encontrar o caminho destes desfechos e conquistar os resultados.

Orar nos traz paz nestes momentos para ajudar a encontrar as respostas.

Nós ás vezes ficamos tão fragilizados com as situações, ou pegos de surpresa tão jovens com sentimentos e pelas pessoas, que nos é impossível (ao primeiro olhar) nos livrarmos daquilo, de "viver sem isso", de sobreviver sem "ele (a)", e isso, é muito comum quando nos apaixonamos perdidamente e especialmente quando somos muito jovens. Em contrapartida, um coração machucado é capaz de tamanha crueldade, que pode se mascarar em vontades obscuras e fingir amor onde não há nem és.

Para aqueles que tardiamente se apaixonam ou amam, ás vezes parecem estar tão petrificados ou adormecidos que não curtem intensamente o sentimento que lhes é devido. Ele apenas passa, sem grandes emoções deteriorando o coração, com os sentimento e vontades do parceiro. 

O amor é correto se existir por necessidade e não por prazer? 

Se for pela metade e sem emoção?

É de grande complexidade o numero de pessoas ou situações existentes. Falo em grande parte de casos isolados e não generalizados, mas nunca hipotéticos.

Falo de pessoas que conheci, que vi passar, que ouvi ou compartilhei, mas que como eu, foram humanas, fraquejaram, erraram e se aprimoraram.

Eu sou feito de hedonismo físico e mental da cabeça aos pés, mas o que me era simples até alguns anos atrás, tem me trazido fúria em impasse ao amor e paixão. Sempre fui um grande pervertido, gosto do toque dos corpos, do calor intenso, do suor e dos cheiros que exalam, mas nunca fui perverso á ponto de machucar ou usar alguém.

Já fui raiva, já fui de todo confronto extremo e contante ás pessoas e realidades, já machuquei rivais ou pessoas frágeis, já fui sentimentos que não me orgulho, mas que como parte de um todo foi com eles que me construí e continuo a me aprimorar, todos os dias.

Eu sou a liberdade que me fiz, o carinho que sempre recebi e que mesmo sabendo que ás vezes possa parecer excessivo, é ele que SEMPRE deixa saudades quando cessa.

Me fiz uma fortaleza com a confiança que fui criado e mesmo que por alguns instantes eu pareça ser mais frágil do que a primeira impressão, engana-se que se deixa levar. Eu sou extremos de sentimentos, uma bomba de emoções, sou doçura para com os que amo mas fortaleza para os que chegam ou me confrontam, de uma singularidade tamanha que não perco a compostura, não me abalo ou destrato os que amo. São os que aprecio, os que cuido e abraço num instinto protetor tamanho que pareço ser sempre doce. 

Os que me vêem são os que me lêem. Planto em volta de mim o progresso, o bem e a paz que recebo de cada um dos que amo ao sentir sua essência ser exalada, ao sentir sua presença ao meu lado. Carrego comigo para onde for os que me são parte do coração e alma buscando aprimorar os modos com que recebo estes prazeres, como os transmito, como os toco.

Me pergunto por fim qual é o meu propósito nesta vida... Se serei passagem para mais pessoas do que imagino, se irei marcar suas vidas, deixarei mensagens, sentimentos, valores, raiva, ódio, amor, admiração, desejo, saudades?

Me pergunto o que o acaso reserva para um futuro próximo, iminente ou para o que vêm á distância, o que vêm a seguir. Me agarro ás palavras de carinho e votos de felicidade, todos os dias para todos, porque nesta pequena particularidade eu conseguirei eternizar nesta geração e em pessoas chave, o que eu fui e quem eu queria ser, o Bruno pai de família, afetuoso, profissional, sensato e sábio.

Eu serei para todo o sempre o reflexo do que acredito, da oração que construo com toda a minha fé, em busca de um propóstio maior do que minha própria compreensão e á largo prazo, mais longo do que meus velho olhos cansados poderão vislumbrar.


Este texto é a exteriorização fresca da sinceridade do meu peito 
(Está como o escrevi - Sem edição).

O faço com uma oração de agradecimento á DEUS pelo alento que me traz.

sábado, julho 10, 2010

"PRINCESA"

Novos fatos ás vezes são difíceis de se lidar.



Desde pequeno eu tenho um anjo da guarda, uma diva protetora, uma segunda mãe, uma irmã espetacular, uma grande mulher que zelou por mim e que anciosamente me esperou chegar.
Desde antes mesmo de eu nascer estava fadado a ser o "melhor amigo" da minha irmã.


Com ela eu aprendi inúmeros fatos listados na postagem "AOS OLHOS DE MINHA IRMÃ"...
Com ela eu aprendi a escrever meu nome com apenas 4 anos de idade, letra por letra... Aprendi a nadar e boiar bem novinho, treinando com a proteção dela, todas as vezes. Fizemos apresentações de dança com cover de Charles Chaplin ao redor da mesa de centro da sala de casa e, além das diversões eu de quebra, ganhava proteção contra qualquer marmanjo babaca que quisesse me fazer mal quando criança (dela e da Ana Paula - Coitados dos caras).

Eu a vi fazer o primeiro piercing e tatuagem de nossa família, enfrentando as proibições feitas por nossos pais. Foi dela que conheci coragem, coração e determinação, foi dela que ganhei dois dos mais espetaculares presentes (materiais) que ganhei em minha vida e que, mesmo caros ou importantes, ela não pensou duas vezes em passá-los á mim.
Foi ela quem me acompanhou até o MC Donald's da Praça da Árvore pra comer demais, quem participou comigo do "Dia dos sem namorados", quem me levou ao cinema, para passear de bicicleta e me protegeu de cada arranhão em cada lugar do qual eu poderia ter me machucado e, se o fizesse, era ela quem corria desesperadamente para procurar amenizar ou curar... Por menores que fossem minhas feridas.

Ela quem esteve ao meu lado na experiência da viagem astral, quem me levou ao Spot, Joaquim's, Tantra, Azucar, Sky, á liberdade (Sushi Guekko) ou ao Ibirapuera, quem me confidenciou incontáveis noites de conversas, pretensões e sonho com sábios conselhos.
Me apresentou pessoas de alma grande, de coração enorme, uma grande e complicada mulher, colegas de trabalho, casais que me são hoje como irmãos, mulheres belas ou exóticas... Ela quem me fez expandir os horizontes, conhecer culturas, artes, perfumes, moda, restaurantes, gostos, lugares, atos e fatos... Quem me fez aprender muito sobre tudo.


Não importava se estávamos passando as férias na casa da vó Cida ou se ainda morássemos em Presidente Prudente, ela SEMPRE brincava comigo com o que quer que fosse, por mais amalucada que pudesse ser a brincadeira e me ouvia em qualquer situação, por mais idiota que fosse a história. Ela nunca se importou de se sacrificar por nenhum de nós, nunca pensou duas vezes para gastar qualquer quantia em dinheiro que tivesse ou que não tivesse, para nos dar o prazer de provar algo novo ou exótico, pra nos dar o privilégio da sua companhia.  Sempre me teve na mais alta estima e se lembrava de mim, não importava aonde fosse e quando precisei.

Sempre me foi conselho e conforto.

Passar os dias na sua casa quando morou sozinha eram de grande privilégio para mim pois não havia NADA mais divertido do que estar com ela, no ambiente dela, esperando por ela no fim do dia de trabalho para tramarmos nosso próximo passeio, tour gastronômico ou peripécia. Quando eu comecei a namorar tive de me divertir com seus ciumes, alfinetadas e brincadeiras com cada uma delas... Não que o fizesse por maldade, mas por amor e proteção. Não importava quem fosse a pessoa, eu sempre estaria acima dos amigos, meus ou dela, das namoradas ou de qualquer que fosse a pessoa que quisesse me fazer mal. Eu era o centro das atenções... O seu protegido.

Me lembro de ler alguns textos que seus autores diziam da tamanha importância da família.
Sempre entendi estes textos, sempre entendi os meus sentimentos descontraídos quanto aos ciúmes ou sentimentos de proteção que minhas irmãs carregam para comigo, mas hoje vejo um outro lado, hoje eu vejo o namoro de vocês com o mesmo instinto protetor que tinham.Hoje, sou eu quem sente um pouco deste ciume, nunca por outro motivo que não seja amor. Hoje, sou eu quem estou começando a aprender a lidar com esta mudança e que espero que entenda que, só o faço porque você é uma das maiores mulheres, em sabedoria e coração, que tenho o prazer de amar.

Minha irmã, minha princesa.

quinta-feira, julho 08, 2010

"Vinicius de Moraes - Soneto de Fidelidade"

É Vinicius né...

SONETO DE FIDELIDADE

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes

"MACHISTA"



Eu estava assistindo á um filme nesta madrugada, chamado "Aos treze"... É uma putaria, uma vida devassa de duas meninas alemãs de treze anos de idade, sem limites, valores ou escrúpulos, como pode?!
Comecei a pensar como seria difícil de aceitar se fosse pai de uma garota assim, iria me indignar.
Tenho o pensamento machista ás vezes em meu íntimo que tento conter ao máximo, nego, desacredito e renuncio á ele, mas eu vejo nas mulheres tamanha divindade, beleza e pureza que é chocante e doloroso em pensar nelas de uma forma diferente de as enxergar como bonecas de porcelana, frágeis, belas.
Eu não tenho o menor direito de julgar ninguem, especular ou me chatear por nada que já tenha acontecido na vida de nenhuma mulher que tenha passado pela minha vida, por nada do que fizeram, seja qualquer tipo de dança, cara ou ato sexual, porque, eu nunca fui um santo. Tem coisas que já experimentei fazer que muitas delas teriam desacreditado, mas eu sempre busquei mulheres que me atrairam por sua inteligencia, nunca por sua pureza... É aí que nego o machismo que carrego! Ligo meu botão do "foda-se" pro que tenham feito, se é naquele instante em que aceitaram o relacionamento de namoro, é ali que renunciaram ao que já fizeram com outras pessoas ou em alguma festa e como eu, estão em busca de um foco maior neste novo "trato bilateral".
Confesso que me é uma grande pontada pensar que "beijaram vários caras na mesma noite", que rebolaram ou "encoxaram", que as tenham tocado... Bosta, que pensamento mais grotesco e egoísta, mas preciso falar para aceitar e me eximir deste machismo.
Em poucas palavras, eu quero pedir desculpas se algum dia especulei alguma de vocës, se as chateei com alguma pergunta ou comentário mas me cego por alguns momentos em lhes endeusar tanto a existëncia.
Não quero ser indiscreto, mas quer que entendam que só o faço por vë-las com tanto carinho, mas me policiarei mais para deixar de ter este pensamento que raramente me ocorre e que sei ser errado.

"Michael Bublé - A song for you"

Uma Canção Para Você

Eu estive em muitos lugares na minha vida

Eu cantei muitas canções, eu fiz muitas rimas ruins

Eu interpretei minha vida em palcos com dez mil pessoas

Assistindo

Mas nós estamos sozinhos agora e Eu estou cantando essa canção para você

Eu sei que sua imagem de mim é o que eu espero ser, eu tratei você mal

Mas garota você não consegue ver isso? Não tem ninguém mais importante pra mim!

Então querida, você não consegue ver através de mim? Porque nós estamos sozinhos agora

E eu estou cantando minha canção pra você, você me ensinou preciosos Segredos

A verdade retendo nada, você veio na frente e eu estava escondido, mas agora eu estou muito melhor

Então se minhas palavras não se juntam, ouça a melodia

Porque meu amor está escondido em algum lugar

Eu amo você em um lugar onde não tem espaço ou tempo, Eu amo, Eu amo você pela minha vida!

Porque você é minha amiga, e quando minha vida acabar

Lembre-se de quando nós estivemos juntos

Nós estávamos sozinhos e eu estava cantando minha canção para você

E quando minha vida acabar

Lembre-se de quando nós estivemos juntos

Nós estávamos sozinhos e eu estava cantando minha canção para você

Para você.

segunda-feira, julho 05, 2010

"PALAVRAS AO VENTO"

 "Olha como você fala comigo"

É uma frase de muito efeito. 
Esses dias eu a li por alguns instantes e, analogicamente, minhas idéias com o que pensei ao lê-la se cruzaram com a de papéis picados jogados ao vento... Nós os picamos bem pequenos e ao invés de jogarmos no lixo e os soltamos ao vento sem nos dar conta de onde irão parar. Terão pequenos pedaços que cairão perfeitamente para alguém num momento em que precisa de informações, de um papel para envolver um chiclete ou anotar algo importante, ou, terão outros que poderão entupir bueiros, sujar as ruas, atrapalhar um motorista ou chatear alguém.
É como nossas palavras, todas devem ser mediadas, comedidas e não lançadas como os papéis ao vento á esmo, pois, sempre terão um fim, independente de onde o acaso as leve.
A internet neste ponto veio a ser em um grande número de situações o grande vilão, pois, não há maneiras de passarmos nossa emoção nas palavras digitadas (mesmo se contidas) ou nosso verdadeiro sentido como o faríamos se houvesse contato visual e direto. Tudo ficará vago quanto ao verdadeiro sentido do que está sendo falado, demonstrando o perigo de ser mal interpretado. Ela chega a ser uma afronta aos sentidos humanos e ao sentimento de amor ou amizade neste ponto, denegrindo até mesmo uma palavra em tom cômico, se a recepção da pessoa à mesma for de um sentido negativo, por isso, aprendi desde cedo que é absolutamente indevido que as conversas on line sejam sérias ou meios para os verdadeiros desfechos.
Mesmo assim, há um perigo contido nas relações interpessoais comuns na presença - do contato direto - se não mediarmos o que deveremos falar, sendo capazes até mesmo de acabar com amizades que perduram á anos, ou amores verdadeiros em poucas palavras, se no momento, formos movidos por nossas emoções e nos cegarmos sem conseguir que haja controle.

Já fui vítima e autor destas palavras em várias diferentes situações da minha vida... Já quis nunca me desculpar por elas. Mas foi um sábio homem quem me aconselhou quanto á isto, quanto á maior lição que ele teve em vida: "Aprenda a perdoar" [O.o] - Nunca prolongue um problema, nunca espere por uma discussão e não peça apenas desculpas, PERDOE, de coração leve e alma lavada.
Se for realmente necessário que seja conversado, que nunca seja por meio de uma discussão pois, "é superior aquele que se mantém controlado sobre qualquer problema", se mantém firme aquele que usa de sua razão com sabedoria e não se deixa controlar por provocações.
Confesso que devo me exercitar mais quanto á isso, pois sou de uma natureza explosiva (uma verdadeira BOMBA DE EMOÇÕES). Não sou violento, mas sou esquentado, e MUITO. 
Não gosto de ser provocado, mas se a provocação vier de alguém por quem (erroneamente) carrego antipatia, minha raiva sobe, o calor aumenta e a mão coça. Mas aquém do temperamento, eu carrego sempre esta lição com carinho na mente e aos poucos controlo a impulsividade, aos poucos me sou tomado por razão e esperança de que a alma pequena que vive de provocações um dia encontre a sabedoria que me foi devida e sinta-se em paz.

Obrigado Pai.