quarta-feira, abril 21, 2010

"CAZUZEIRA"

Ê saudade da galera toda dentro da Trans Rataza!!


 Como eu havia citado na postagem BALÃO VERMELHO - Agenor de Miranda Araújo Neto, vulgo "CAZUZA", é um ícone que me marcou por quase todas as fases da vida e que tomo por base em muitas de minhas ideologias.
Aprendi desde cedo com as confissões da minha irmã sobre sua adolescência e seus conflitos de que, nas horas mais críticas, eram as palavras escrachadas ou românticas de Cazuza que lhe eram apoio. 

O vi como  um grande cara por muito tempo, completamente alienado sobre os fatos da sua vida desvairada, quem ele havia sido e o que havia feito. Devo dizer que não concordo com a grande maioria das loucuras que ele cometeu, mas não vejo hoje como crime nenhuma delas... Ele plantou em volta de si uma ideia de liberdade tão imaculada que era impossível não se deixar levar.

Foi sim, o maior poeta de sua geração  pois nunca impôs que as pessoas "deveriam ou não fazer como ele ou diferente dele", ele simplesmente disseminou a ideia de que "Fodam-se tudo e todos, eu faço o que quero quando quero". Ele não quis convencer, não pensava nos outros, pensou em si mesmo, na farra, na alegria na satisfação. Foi assim que ele plantou tanto em tantos.
Não li o livro escrito por sua mãe (que aliás tem fortíssimas semelhanças com a minha), mas vi o filme que retrata sua vida. Gostei e muito, pois, me traz uma certa serenidade e uma vontade louca de sair por aí á toa, parar de planejar e pensar, relaxar e curtir, fugir da rotina, matar o marasmo.
Tenho o maior orgulho do mundo em poder dizer (como o meu pai tinha em dizer para mim) que JAMAIS experimentei nenhum tipo de droga, mas fora isso, minha adolescência foi uma tremenda "Cazuzeira". Já vivi tantas coisas com meus amigos e revejo tudo nas cenas da vida dele e nas palavras de suas músicas.
Já fui canalha, já arrisquei tanto, fui inconsequente, fui tolo "demente, porra louca"... Mas no fim amigo, só fiz amar. Os ajuntamontes de situações que vivi com eles me trazem as mais deliciosas lembranças de todas as possíveis e imagináveis "cagadas"que um adolescente pode fazer (claro que tudo dentro dos anais da justiça brasileira) mas era vivendo tudo isso que dávamos rizadas da vida, que adubávamos nossos dias.

Sem limites ou preocupações, era só um plano atrás do outro para causar e aparecer, comprar uma Van e viajar o litoral, sofazinho atrás e uma repartição de "espaços" com cortina (Idéia veio do filme The Grind), beber whisky com mel ou fazer bomba etílica pra beber. 
Éramos conhecidos, até famosos (hahaha), minha casa da 29 de Julho era o QG oficial e o ambiente perfeito para as melhores festas... Dá-lhe "Cazu" na trilha sonora.
Até peço silenciosas desculpas para algumas pessoas e principalmente algumas garotas... Podem crer, poucos sabem mas teve cada história cabeluda (Né Fê?)... as que existem para ser contadas aos filhos com uma pontada de nostalgia e a consciência de iminente perigo (vai saber se eles não 
resolvem fazer igual).

Histórias de programas alternativos, clean's, "Underground's" e Cult's.

Dou graças ao dia em que minha irmã me apresentou a poesia de Cazuza, lanço grandes nostalgias ao tempo para me lembrar das infinitas situações em que mesmo sem recursos as suas músicas eram cantadas no gogó em meio á tantas rizadas imbecis em situações perigosas.
Rodinha com narguilé na árvore de madrugada, frio da noite estrelada, garrafa de rum, piquenique matutino com pão e mortadela no porta malas e som do Cazuza, nostálgico Bro'!
Foi cantando assim que a gente FEZ HISTÓRIA, foi cantando assim que nós eternizamos nossas boas amizades e nossos programas "de booa".


Bora bora reviver tudo de novo?

Nenhum comentário:

Postar um comentário