quinta-feira, janeiro 27, 2011

"FARDO"




Quando a verdade é contada não dá medo? Acho que carregar a ambição de querer não é o elemento essencial para aceitá-la. 
Você pode aceitar a verdade e ter o quer ou simplesmente ignorá-la e envelhecer normalmente.

Acho que a verdade dói, e dói muito. 

Ouvir uma coisa importante em um momento crucial certamente vem a mexer muito com o íntimo da pessoa que a ouve. 

Eu por exemplo ouvi a muitos meses atrás de uma ex namorada que "se ainda estivermos juntos até lá, gostaria que fosse á minha formatura". Bom, a formatura chegou, mas não estamos mais juntos... Por mais que eu gostaria de estar lá para parabenizá-la.

Ontem a noite, ouvi do meu pai que nosso relacionamento de pai e filho mudou desde o momento em que ele descobriu que eu havia feito uma tatuagem... Mas que mesmo assim as expectativas sobre mim são muitas e enormes. 

Fardo leve não é?

Acho que a mente vai funcionando como uma janela com o decorrer do tempo. Se fecha para as tempestades e se abre para um sol morno. Claro que acontecem as eventualidades de não a termos fechado à tempo também... Há momentos em que nossas "tempestades" transpassam a proteção e fazem com que devamos conviver com essas verdades.

Quem sabe, ás vezes, as pessoas não querem ser cruéis conscientemente... Talvez esta seja só a sua natureza. Mas alguém, em algum momento vai ser obrigado a carregar este fardo, alguém vai ter de assumi-lo, com ou sem culpa, meio que "pagar o pato" no final das contas.


O tão familiar jogo da Culpa que nós humanos maestralmente inventamos e estamos incrementando constantemente em nossas vidas.

sexta-feira, janeiro 21, 2011

"LONGE"




Por um bom tempo eu imaginei que fosse importante saber o que deveria ser falado e o lugar em que se deveriam falar as grandes coisas que nos trazem desfechos.
Hoje tenho idealizado que o mais importante mesmo é o interesse em se ouvir. Não precisamos apenas usar de palavras para transmitir o que sentimos pelas pessoas, podemos usar de outros meios sutis para fazer entender o que queremos e, se não houver interesse, não devemos dizer.
O silêncio e a ausência me fazem crer serem meios indiretos de transmitir uma confissão plena de que existe respeito integrado á um enorme sentimento de desejo para a felicidade. É tão ousado dizer que ás vezes é preciso nos afastar, nos esconder em um canto escuro e deixar aquela fagulha de felicidade de quem amamos ter sentimentos por outra pessoa brilhar, mas digo com convicção.
É um novo sentido para mim do que é "amar", um respeito sutil e calado pela situação, pelo acaso que a vida trouxe, ou, se houveram escolhas anteriores que levaram á este fim, bom, estas serão suas consequências. Nós somos o que escolhemos ser e fazer de nossas vidas e por fim, pagamos por isso todos os dias... Sejam os resultados bons ou ruins.


Teçam com cuidado as teias de suas escolhas porque no fim, temos apenas uma chance de amortecer a queda do pulo para nossa "própria eternidade" - Algo como aquela  ÚNICA COISA NOTÁVEL necessária.


Talvez um Até mais, talvez um Adeus.

sábado, janeiro 15, 2011

"Tema - FRIENDS"



Porque no fim, não dá para ser mais literal do que esta letra quando a nossa vida está 
"empacada na segunda marcha".
Em homenagem aos meus bons e velhos amigos.

Então ninguém te contou que a vida seria assim [palmas]
Seu emprego é uma piada, você está quebrado, sua vida amorosa vai de mal a pior
É como se você estivesse sempre preso na segunda marcha
Quando não é pra ser seu dia, sua semana, seu mês ou até seu ano mas
[Refrão]
Eu estarei lá por você
Quando a chuva cair
Eu estarei lá pra você
Como eu já estive antes
Eu estarei lá pra você
Porque você tambem está lá por mim
Você ainda está na cama às 10 e o trabalho começou às 8
Você queimou seu café da manhã,mas até agora as coisas estão indo bem
Sua mãe te avisou que haveria dias como esse
Mas ela não contou quando o mundo te deixou de joelhos
[Refrão]
Ninguém nunca pode me conhecer,ninguém nunca pode me ver
Desde que você é o único que sabe o que é ser como eu
Alguém pra encarar o dia com você, bagunçar tudo com você
Alguém que sempre rirá comigo
Até no meu pior eu sou o melhor com você,
Yeah!
É como se você estivesse preso na segunda marcha
Quando não é pra ser seu dia, sua semana, seu mês ou até seu ano mas
[Refrão]

terça-feira, janeiro 04, 2011

"MANIFESTO"




Agora á pouco após dar banho em minha cadela fui tomar meu próprio, mas parei no ato.
Fiquei me perguntando embaixo d'água o porque eu posso tomar banho na água quente e ela não... Bom, em respeito a ela desliguei o chuveiro e daí pra frente me peguei em pensar do quanto tratamos os iguais igualmente e os desiguais desigualmente. Claro que o mundo é muito amplo para que haja uma generalização de idéias, mas para a grande maioria dos quais cabe o poder de proporcionar as facilidades aos "desiguais", não o fazem por respeito em proporcionar meios para a igualdade e sim por piedade (baseio isto no que ouço dos órgãos de prefeituras).
Na minha mais particular percepção não somos nós que devemos nos adaptar a eles e sim eles quem tem de se adaptar com o mundo, claro que se lhes for proporcionado o mínimo necessário para isso, porque humano de verdade é esperar (e torcer) pela adaptação, superação e esforço dos deficientes (no seu caso). São pessoas tão capazes quanto os que não a têm, esta que teoricamente poderia vir a lhes limitar em alguns pontos. 
Desde criança por exemplo, conheço um nobre homem que tem síndrome de down (um salve pra você Lu!) que cresceu sendo orientado pelos pais a se exercitar físico e mentalmente, vindo a exceder as expectativas mínimas de vida para os que possuem esta síndrome em muitos anos e podem crer, é mais saudável do que eu até hoje (com quase 40 anos).
Nós somos naturalmente seres que discriminam e diminuem o que nos é diferente do que nossas percepções associam com "comum". Dou experiência de causa com a escola, pois fui tanto mártir quanto martirizador. Eu me envergonho em dizer que já discriminei, pratiquei bulling quando criança, tanto quanto ao mesmo tempo fui vítima dele. Crianças já tem natureza perversa umas com as outras então, imaginem vocês os adultos que elas vêm a se tornar.
Vejo constantemente como matéria de revistas as discriminações naturais que exercemos em todos os ambientes, sejam nos escritórios (onde tenho lido á anos que mulheres e pretos - usarei esta expressão pois NEGRO é policamente incorreto. Ou senão eu estaria discriminando a pessoa de cor preta da de cor amarela, vermelha, branca, etc .-  ganham menos do que homens brancos), nas pesquisas de pobreza e analfabetismo (onde é discriminada a cor do indivíduo e que a maior taxa é de pretos), nas escolas (onde no ensino superior é preciso que sejam criadas cotas para pretos pobres, o que parece dar a entender que preto e pobre é burro - Fala sério!), etc.
Nós temos exercido as diferenças desde sempre, onde as mulheres, as pessoas de cores diferentes do caucasiano e analfabetos/pobres são diminuidas perante o restante perfeitinho e intocável da população... Mas peraí, não pregam que todos são iguais perante a lei (tá, isso é recente) ou que aos olhos de Deus todos são iguais?! Iguais o escambau!!
Foi a mesma igreja que diz isso a criadora de capelas distintas para escravos e senhores, que impunha a adoção desta religião, somos nós as mesmas pessoas filhas deste mesmo Deus quem separamos os lugares de brancos e pretos, que escravizávamos os povos indígenas e africanos.
Se fosse preciso dar um alerta através do tempo, das cotas e das revistas hoje, já está mais do que na hora do apelo á igualdade de cores, opções e deficiências ser exercida. Eu me sinto enojado ás vezes em ser humano, em pensar que aquém do tom de brincadeira deste tema, existir uma realidade manchada e absolutamente pútrida que nós mesmos criamos e sustentamos através do tempo.
Temos todos nós uma parcela de culpa, independente da nossa cor, se temos opções religiosa ou sexual controvérsa ao que os costumes chamam de "normal" ou se possuímos alguma deficiência.
Não é porque eu sou o dono da minha cadela que eu posso mais. Acho que exatamente por ela não ser eu eu deva proporcionar o melhor (não dei banho quente pq ia sujar a casa que a diarista limpou HOJE!) e se não puder, que seja o mesmo que eu venha a usar, porque no fim:




Somos nós quem sustentamos essa merda toda aí de desigualdade.