quinta-feira, novembro 05, 2009

"MEDO DE ESCOLHER"



É chato como ás vezes as decepções nos perseguem não é?

É tão ruim depender do "acaso" ou do "tempo" para decidir nossos destinos e escolhas, mas é ruim apenas porque este tempo necessário para o "acaso" acontecer, apenas tem fundamento se as escolhas e acontecimentos dependem de uma outra pessoa. Isso acontece muito nos relacionamentos... 


Tomo como exemplo a história da minha família. Vou citá-las:




Meus avós paternos foram pessoas muito simples, "da roça" e que se viam apenas algumas vezes durante o fim de semana ou algumas noites com jantares de família marcados. Meu avô atravessava um longo pasto enlameado trajando seu terno branco, para poder ver a minha avó por algumas poucas horas, e voltava tarde da noite pelo mesmo pasto para casa. Ele não se importava de enlamear o impecável terno branco para ir encontrar minha avó por pouco tempo.



Meus avós maternos, já tiveram uma história ainda mais interessante... Eles moravam com suas famílias em São Joaquim da Barra, interior de São Paulo (na região de Franca).  Meu avô mudou-se sozinho para São Paulo com 20 anos para cursar Direito na PUC, ainda namorando minha avó. Passaram dois anos separados por uma tremenda distância, mas no fim deste período, casaram-se (o que fez meu avô concluir o curso na privilegiada Faculdade de Direito de Franca, a mesma do autor que vos fala!), mas não se abalaram nem por um momento pela distância. 


Meus pais, enfrentaram inúmeros obstáculos e desencontros em menos de um ano de namoro, não tinham aceitação das famílias. Meu pai estava preso ao serviço militar (e no serviço militar literalmente, porque fugiu uma noite pra sair com minha mãe) e tantas outras coisas que qualquer pessoa não aguentaria, mas estão juntos até hoje com um relacionamento sólido, passando assim por um ano decisivo para seu futuro. 



Amor, doação e VONTADE meus caros leitores, são coisas que nem sempre podemos esperar de nossos parceiros. É uma pena, mas infelizmente, dependemos do acaso para saber e nos certificar de que nossos parceiros darão o sangue por nos amar e esperar, tanto quanto damos por eles... É um tipo de segurança e vontade que deve ser mútua e constante, ou senão o relacionamento certamente vai ruir. O problema é que há quem se esqueça de que o tempo e o acaso são traiçoeiros... Há quem tenha medo de decidir, de "mudar" e escolher, deixando as portas se fecharem e as pessoas passarem.  Podemos nos certificar hoje de que nossas escolhas foram certas, ou de que nossa fase corrente é a mais segura e satisfatória para nossa mente e sentimentos... Mas, até onde vai durar essa segurança e até que ponto a decepção pode não bater? Muitas vezes fazemos escolhas seguras no dia de hoje, pois estamos certificados de que não podemos "perder tempo" ou esperar mais do que gostaríamos mas, e aí? 


Até onde sabemos o curso da vida, até onde vamos nos certificar de que não abdicamos de uma coisa íntegra e segura por um tipo de medo que nos persegue hoje, e que vai ser infundado no futuro quando cairmos em razão?

Até onde podemos ter certeza de que não deixamos escapar um AMOR verdadeiro?!


Particularmente eu não desistiria de um amor pelo "medo do futuro"... Particularmente, eu não me entregaria á satisfação do hoje para me esquivar de cobranças e medos, porque não sinto segurança suficiente para me arriscar pelo que vêm, ou pelos problemas que tenho.  Eu teria me entregado de corpo, alma e coração por essa escolha, mesmo que parecesse insegura, mesmo que houvesse distância, porque sei que dentro de mim que a segurança e a escolha sempre foram plenas e que eu nunca me abalei por nenhum tipo de dúvida ou medo.



Só torço, sinceramente para que não existam arrependimentos e futuras cobranças...

Para que uma vida vivida dentro de uma concha de proteção dos "medos" do futuro não me deixe de aproveitar essa vida que vivo, que o tempo não passe e eu me pegue lá na frente pensando:


"ONDE FOI QUE EU ERREI e porque errei tanto?"


Para que os inseguros abrem os olhos, para que reflitam para si mesmos:

"Em quem eu me tornei? E do que estou abdicando?"

Um comentário:

  1. De nada adianta ter medom se a drenalina corre nas veias nos momentos de emoção. Por isso que sempre dizem para vivermos intensamente. Acho q só o amor é capaz de fazer a gnt sentir tudo isso junto ao mesmo tempo: adrenalina, medo, emoção, coragem...
    Uma looucura sem fim.
    Parabens pelo post. ;)

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