Voltei a ter uma sensação que não tinha há muito tempo, a sensação de que estou deslocado da realidade que vivo, que ficaram coisas a resolver no passado ou que existem grandes turbulências se aproximando num futuro iminente.
Voltei também a sentir uma vontade tão profunda e particular, que por vezes me entristece... Sinto a vontade de sair por aí, sem rumo, ou melhor, rumando para o desconhecido, sem ter um norte certo, simplesmente pegar a estrada e descobrir a distância, sentir o vento no rosto, ver a natureza as pessoas, as culturas, ouvir o zumbido nos ouvidos, refletir intensamente.
Sinto vontade de deixar muita coisa para trás só pra encontrar de novo as direções a seguir.
É aquela sensação de que sentimos saudade quando não a temos, mas que nos deprecia com tamanha profundidade quando a sentimos, que só podemos torcer para que ela passe logo, é engraçado que é a sensação da mente e do corpo pedindo liberdade, mas que nos amedronta.
Não parece ser uma liberdade sadia... É uma vontade de fugir ao invés de enfrentar, sinto estar fadigado... Cansado de querer coisas que não posso ter agora, queria deixar problemas que tenho para não me afogarem mais o peito nessa falta de ar que me incomoda tanto. Eu queria é recomeçar, e quem sabe deixar acontecer como o destino planejar, mas queria tudo isso com sussego, sem ter de sofrer tanto no íntimo.
To sentindo saudade de sentir toda aquela emoção de conquista e satisfação que inundava do meu peito... Mas vá lá, são coisas que eu sei, fases que já passei, supero-as com paciência e tempo, é só querer e para de lembrar. Mas é descarregando que encontro minha plenitude... Trnasbordando minhas palavras ao vento, ou, ao blog. Fala se não dá vontade de ser o cara da foto?! Não sou o maior adepto de motos, mas nesse caso era bem o que eu queria... Uma moto e a estrada longa.
Só sei que nada é por acaso... As razões existem, mesmo que obscuras no presente e no fim, me dou conta de que nada sei.
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