quinta-feira, abril 29, 2010

"CHAVE DO DESFECHO"



Coração é uma coisa com a qual não se pode brincar, aprendi tarde que isso é um fato.

Confesso que na muvuca das fases pelas quais passei desde que comecei a me interessar por garotas, já fiz milhares de coisas inacreditáveis e, mesmo sabendo que marquei algumas vidas, nem todos estes marcos foram de uma boa maneira. Já fiz sofrer demais sem escrúpulo nenhum, sem sequer me dar ao trabalho de me perguntar o quanto e como eu estava magoando. Há aí uma forte contradição com a minha filosofia dos "Los Fuedas" ou de respeito pleno pelas mulheres não é?

Hoje vejo ser inaceitável voltar a fazer o tipo de coisas que eu fiz. 

Não que fossem coisas absurdas, mas hoje não tenho coragem de sequer me sentir usar uma mulher, não tenho coragem de declarar amor sem sentir ou, de sentir sem declarar, como eu fiz há alguns anos. Não me vejo amolecido ou dependente emocionalmente nesse ponto mas sim, que devo usar de mais escrúpulos do que antes, primeiro porque minhas idéias amadureceram e segundo porque não se trata mais de um relacionamento nem pessoas infantis, imaturas. 

Eu to querendo algo pra valer e este sentimento, hoje, tem de grande parte uma gratidão pelo que vivi com uma mulher no passado. Sofri como nunca havia sofrido porque existiu um envolvimento emocional enorme, amei pra valer, mesmo que em boa parte do tempo me negasse esse fato. Eu tramei milhares de planos mirabolantes pra reconquistá-la ou votos de inquietude no meu coração de que com o tempo, no fim, ficaríamos juntos... Tive de amadurecer muito rápido para parar de sofrer  pelos sentimentos que carreguei com aquele relacionamento. Acho que aprendi meio tarde os valores verdadeiros de "amar".

Sempre tive um certo bloqueio para realmente me envolver emocionalmente, primeiro que me sinto um completo babaca quando estou apaixonado, não controlo as idéias, falo bobeiras inacreditáveis, gaguejo, fico meloso, com todas as estruturas abaladas. Mas aprendi que aos poucos isso cansa a beleza de qualquer pessoa (inclusive a mim mesmo), por isso, gradativamente, eu vou tomando novamente meu jeito, deixando o meu coração se aquietar. Continuo um palhaço nas horas certas, sou sério quando tenho de ser, não perco uma oportunidade de ser romântico ou de dar um beijo intenso, nem andar de mãos dadas e principalmente fazer amor... Porque sei que moderadamente, esses requisitos só tendem a fortalecer e enriquecer um relacionamento. 

Sei porque vi a vida toda uma realidade que sempre admirei.

Confesso que tenho ás vezes um sentimento de abandono emocional, meu comigo mesmo... É uma paixão avassaladora mas controlada (meio como um "pé atrás"), talvez para que nenhum dos dois se machuquem se por acaso nos decepcionarmos um com o outro. Porém, no fundo, eu sou só feito de amor da cabeça aos pés e só é preciso me conquistar pra valer para que uma mulher tenha um eterno "Sancho Pança" da era moderna (DOM QUIXOTE - Cervantes - Um ícone de lealdade e apoio).

É viver em meio á realidade de um relacionamento onde nunca existirá a traição ou a mentira.

Sei disso porque aguentei a "zumbuzeira" que foi o primeiro ano de faculdade namorando. Sei, porque mesmo com a maior das tentações, nunca na minha vida traí alguém por quem tivesse declarado amor e assumido um relacionamento sério, não sou um homem que se deixa levar... Eu não sei ser metade "Bruno" por ninguém, não sei omitir ou enrolar o tempo ou os acontecimentos, porque sei o valor que é estar apaixonado por alguém e que perder, realmente dói.

Além de que, quando proponho "relacionamento", não é pra brincar, nem pra perder tempo... É porque carrego a fé de que é pra valer, de que é pra dar certo. Confesso que já fui um absoluto canalha em milhares de situações com várias mulheres, mas que, quando estou apaixonado, minha torre desaba... Eu não consigo controlar as idéias ou impulsos e me sinto novamente aquele garoto de 6 anos que deu seu primeiro beijo, tremendo do dedão do pé á ponta dos fios de cabelo... Sou um tolo, de alma esperançosa e infantil, mas dou graças á Deus por esta sensação enquanto ela acontece porque, de todas as sensações que me acometem, ela é a mais rara à acontecer. É por isso que a tenho na mais alta estima e valoração pela paixão dentro desta mente complexa.

Eu já amei antes, várias mulheres em várias situações em inúmeras fases da minha vida. Amei seus jeitos e trejeitos, cada uma de suas particularidades, em todos os seus detalhes. Mas aquém de todas, inclusive à uma das quais namorei (á quem desejo felicidade neste noivado Ca!) eu as superei e em boa parte, o que havia de ruim, esqueci. Sinceramente, esquecer é uma das coisas que menos quero em minha vida... Esquecer e deixar passar, perder talvez os detalhes de algo tão lindo, mas no fim da conta, pelo passar dos anos, seguimos naturalmente em frente.

Me cansei de ser uma terapia na vida das mulheres, me cansei de só dar apoio e estar do lado e deixar de me encantar. Eu quero não ter as rédeas do relacionamento na minha mão, eu quero poder compartilhar ao invés de dominar e aconselhar, quero que seja eu a ter um colo para deitar e um ombro para me apoiar, quero mais os carinhos sinceros, mas que eu possa fazê-los por prazer e não por obrigação. Eu quero que o tempo passe sim, mas pra matar a saudade, pra dar aquele delicioso abraço, pra dar um beijo avassalador, para que façamos amor, pra que ele passe com intensidade inclusive das minhas emoções!

Quero poder ser o "homem ideal" que sempre sonhei em ser por uma e APENAS UMA mulher.

Quero juntar tudo o que já ouvi e vi em minha vida de todos os que passaram para não cometer os seus erros, ou saber apenas o que fazer nos momentos de omissão de minhas ações. O que tive antes, foi um aprendizado para quando for realmente para valer... Para não nos fazer sofrer e sempre surpreender da maneira mais gostosa possível a mulher que eu escolher AMAR.

Estou dividido pelo que certamente sei que terei e o que outrora me promete riscos, mas grandes emoções, não sei o que querer ao certo, se quero o perigo e a indecisão, ou o desejo e a constância.
Penso quase todos os dias no que eu quero e por onde receberei o que tanto desejo, e o quanto receberei.

Hoje me pergunto quem guarda a chave deste desfecho todo...

O DESFECHO DO MEU CORAÇÃO.

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