sábado, julho 24, 2010

"MEU IRMÃO E EU"


 Poucos tem este privilégio... Chamar um babaca "ralé e chulé" que nem tem o mesmo sangue que eu de irmão.
Vou aproveitar (como poucas vezes o fiz) este estado de pré-embriaguez "aguda" com litros de vodka & energético + vinho vagabundo + algumas poucas latas de cerveja pra retratar com entusiasmo e sinceridade o que tão assustadoramente me assola o peito nesta noite (hahaha!).
Peguei um amigo pra criar, um irmão! - Diria meu pai que estou "FUDIDO".
Nos conhecemos á quase 9 anos, passamos por poucas e boas, pesadas e inacreditáveis histórias e situações que certamente pouquíssimas pessoas nos dariam crédito e certamente custariam em acreditar. Somos irmão de bobagens e "trakinagens", de bobeiras e tontices, idiotices e safadezas... Podem crer, tem histórias que certamente não poderão ser contadas nem aos nossos filhos.
Escrevo em certo estado de embriaguez após tantas fatais misturas que integram meu fluxo sanguíneo esta noite (olha a profundidade!), fugindo do que por alguns anos me é comum. 
Fato que poucos sabem, me aconteceu um acidente de carro há uns dois anos que mudou meus jeitos e trejeitos... Parei de beber, de fumar, de ser rebelde, tirei meus brincos, renunciei ás gandaias, farras, "orgias mentais" e babaquices, me separei de meus amigos, deixei as baladas, saí da brilhantina. Não nego que tenho saudades, que tenho vontades, mas como a pessoa que me fiz, com os valores que carrego, não volto a fazer coisas que já fiz, não repito experiências, não frequento novamente alguns certos lugares não faço novamente o que já fiz.
Por vezes, a nostalgia e saudade me tomam... Por vezes não é preciso sair e farrear, procurar pessoas, fugir do controle, só o que preciso é um pouco de saudade, de lembrança, como fizemos esta noite, conversar.
Escrevo em partes com minhas palavras, rápidas, constantes, num fluxo intenso que me é difícil até de conseguir expressá-las á tempo no texto antes mesmo de se perderem na rápida geração de cada palavra, de cada vontade, de cada lembrança.
Hoje resolvemos matar saudades, lembrar do passado, até mesmo do tempo em que tiramos nossas carteiras de motoristas e ganhamos mais um nova liberdade e independência. 
A gente resolveu assistir um filme, beber alguma porcaria, passar o tempo, relembrar, conversar sobre o que já fizemos juntos e com a galera, sem novamente cometer. 
Estou no mesmo quarto em que quatro anos atrás escrevi um perfil completo e profundo de orkut na alta madrugada, lutando contra meus novos entusiasmos da adolescência, no mesmo computador em que em variadas oportunidades fiz jogos de conquista ao lado do meu irmão (que como sempre o faz, está dormindo... Roncando), no quarto em que bolamos planos mirabolantes na alta e longa madrugada.
Escrevo por relembrar as palavras, as canalhices, as bobeiras e a estupidez que já nos tomaram na adolescência, as voltas com a Trans-Ratazana e escrevo também por novas experiências.
Felipe é um grande babaca, mas é meu irmão, companheiro para qualquer situação seja para jogar girassóis nas casas de pretendentes de madrugada, encher as casas de papel higiênico pelo mero prazer de gastá-los em rolos, seja para passar a madrugada com a galera na árvore ou passar o ano novo com novas promessas e desejos de novas aventuras entusiasmáticas.
Escrevemos com copos cheios de energético e vodka na mão, não para meramente jogar palavras mas para confessar de que independente das situações escolhas e atos que tenhamos tomado na vida a amizade está acima dos erros e caminha ao lado do  perdão e compreensão.
Assistimos esta noite novamente o humor negro, o sadismo de um filme do Tarantino "BASTARDOS INGLÓRIOS" (Aliás uma grande indicação para agregar um humor negro "cult" em nossas mentes tão sarcásticas), relembrando da adolescência, do Whisky com mel e guaraná, do porco no rolo do time de futebol nas tardes no clube, da piscina com sabão, academia com toda a galera, narguilé, viagens escondidas pra Pirassununga, favores, trocas de casa e cama com quem quer que tenha passado, nas festas, cagadas e fortes noites de embiaguez, nos lembro dos montinhos de inicação dos mais novos no quarto do beliche e do "saco" do Fedô balançando no alto (A eternizada "visão do inferno")... Escreveremos não para completar, não para nos pronunciar sobre o que cometemos mas simplesmente por jorrar idéias e lembranças em prol de um futuro enriquecido com cada uma delas, jamais esquecidas e sempre valorizadas para nós e nossas famílias, por nossas mentes e descendentes.
Agora é o momento em que eu acordo o vagabundo bêbado que jaz na cama há alguns passos atrás de mim esperando que desta vez seja possível um primeiro e diferenciado pronunciamento enriquecido por nossa tão fiel e atroz companheira desta noite, a frutífera (dou-lhe este título pois foi por minhas mãos, anos após o acidente que pela primeira vez resolvemos desfrutar deste prazer juntos novamente - após um tão prolongado regime de minha parte) vodka com energético. Com vocês a palavra do duvidoso mestre, de sinceras palavras arrancas por anos de convivência e companheirismo, com tantas confidências e pouca complascência: 

"Não importa quantas amizades farás em uma balada ou em um instante de sua vida, somente poucos terão o privilégio de acordar-te de mardugada após energético e vodka para momentos muitas vezes únicos em sua vida como este! Lembrem-se sempre, o que mais importa não é fazer novos amigos, mas sim conservar os antigos, principalmente aqueles que conservamos como irmãos!!! 
Não importa o momento, mas sim quem temos ao nosso lado, pois somente disso que conseguiremos lembrar-nos ao final de nossa trajetória, quando nossos filhos não serão mais adolescentes e nossos netos não serão mais crianças, tais momentos estes que poderão nos fazer sentir certo gosto de sarcasmo ou alegria ao ver-nos contar tais histórias, mas somente nós mesmos poderemos sentir como estas foram e como significam para nós! 
A principal diferença está em sentir com os pensamentos e com o coração!!".

Agradeço pela tão fiel irmandade e malandragem Bro' ;  Seu vagabundo de merda.

Por uma noite de babaquice pra matar a saudade dos bons tempos do "Sem limites".

Novos Bastardos (hahaha!).

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