Tudo o que nós pensamos è na morte.
Comemos para não morrer, acasalamos para procriar e perpetuar nossos genes com medo de passar despercebidos, construìmos grandes arranha- céus para que nossos nomes sejam lembrados, respiramos para sobreviver, mas a cada segundo nos lembramos do que é certo... A morte - Texto do personagem Octopus do filme "SPIRITY".
Quem trabalha com uma profissão de risco sabe mais do que ninguém sobre a iminência do único fato certo que temos em vida... O suicida se lembra também somente da morte, claro que por conta do seu desejo mais particular e mesquinho também (lembro-me de uma idéia passada por um professor da faculdade de que quem se mata não mata somente a si... Perpetuamente mata seus familiares, companheiros, os que o amam mesmo que em partes).
Assisti hoje a tarde á cena de King Kong em que o grande macaco está aprisionado na Broadway servindo de atração ao espetáculo e que enquanto acorrentado, as pessoas o assistem sentadas, mesmo que relutantes.
No momento em que Kong se levanta todas as pessoas correm por suas preciosas vidas completamente desembestadas. Como aquela cena é um retrato fiel da natureza humana tão mesquinha!
Se divirtem ás custas dos outros, olham tão curiosas e atentas á um acidentado ou cadáver pela rua causando atrasos e transtornos no trânsito, dificultando o acesso do resgate só para terem por um breve prazer o vislumbre da natureza da morte, em uma forma de saciar sua tão imbecil curiosidade por este fato que tanto lhes amedronta. Mas é claro que se o perigo estiver sobre elas, não se importam em deixar todos outros pisoteados para trás.
Os que atrapalham por serem curiosos, os que pisoteiam pessoas caídas no chão para se salvarem, os que não zelam por animais que lhes passem á frente, os que abandonam quem quer que esteja ao seu lado para correr, são as caricaturas da covardia, do medo, do egoísmo tão peculiar da natureza humana. Sobrevivência própria à qualquer custo, acima de tudo e todos.
Não cito neste texto as pessoas que tem este valor de heroìsmo, às mães ou pessoas nobres (não estou generalizando!), falo apenas da típica pessoa que em uma situação de perigo não pensa na possibilidade heróica de salvar alguém, se há mesmo esta possibilidade... Ela só corre, sem olhar para trás, abandonaod o mundo ás suas costas como obstáculo eficiente do perigo que a põe á prova.
E é o mais notável ato que podem dar ao mundo... Passarem pela vida despercebidas, nos bastidores, com vidas frágeis e fúteis... Descartáveis.
Mas que sinceramente, merecem uma bela e longa surra.
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