Me chamou a atenção quando falou sobre Victor Frankl e sua teoria do "ser Humano" formulada durante o Holocausto em um campo de concentração pela publicação do livro "A Busca do Homem por Sentido" precursor da idéia que criou a escola da Logoterapia (de autoria de Frankl)..
Diferente da Psicanálise de Freud onde o paciente deitado em um divã conta sobre suas experiências e tem de se abrir mesmo sobre o que lhe acontece de desagradável, a Logoterapia suprime o paciente em meio á devastadoras e desagradáveis coisas que devem ser ouvidas, trazendo um choque ao invés de simplesmente esperar que o desabafo traga a solução. Nas palavras de Frankl: "O ser humano não é completamente condicionado e definido. Ele define a si próprio seja cedendo às circunstâncias, seja se insurgindo diante delas. Em outras palavras, o ser humano é, essencialmente, dotado de livre-arbítrio. Ele não existe simplesmente, mas sempre decide como será sua existência, o que ele se tornará no momento seguinte."
Ele separa a existência do ser humano, da pessoa natural de cada um de nós em corpo, psiqué e noesis.
O corpo e a psiqué são comuns em qualquer animal, são tendências naturais que seguem o habitat e espécie, impulsos, instintos e necessidades biológicas em geral.
Já a Noética (noesis) que nada mais é do que o estudo da consciência, mente, espírito e da vida com conceito filosófico mais abrangente (ficou conhecida no livro de Dan Brown O SÍMBOLO PERDIDO) é o que nos diferencia dos outros animais todos, é a capacidade individual que a espécie humana tem (como espécie e como indivíduo singular da mesma) de ser racional, de dominar seus próprios instintos e impulsos convivendo pacificamente em grupos sociais, formulando juízos, criando valores e sentimentos realizados ao racionalizar, enfim, são os valores que criamos e questionamos em busca de nos aprimorar como seres sociais.
E é aí que entra a responsabilidade civil do indivíduo com a noética, ponto onde podemos entender que os atos e fatos que criamos trazem consequências, sejam elas boas ou ruins. Como somos "animais sociais" devemos ter por dever indenizar o dano que causemos á nossos iguais nos utilizando de probidade, honra e honestidade pelos preceitos sociais que criamos e valoramos.
É determinante, querendo ou não, a grande valoração que a noética naturalmente nos faz ter sobre o meio social, claro que em escalas diferenciadas para cidadão individualizado, pois, além do que naturalmente somos, possuímos o livre-arbítrio para entender, "digerir" e acreditar em nossas próprias linhas de pensamentos sejam elas acordadas com o ordenamento social ou não.
Fiquei entusiasmado com o otimismo que existe na escola da Logoterapia de Frankl onde ele afirma na pós publicação e complemento do seu livro em que passou as experiências de sobrevivência do Holocausto já citado acima, que foi entitulado de "A Tese do Otimismo Trágico" contendo um capítulo referente ás: "preocupações dos dias de hoje e como é possível dizer SIM à vida apesar de todos os aspectos trágicos da existência humana e que se espera um certo "otimismo" com relação ao nosso futuro das lições retiradas do nosso "trágico" passado".
O que Frankl tanto afirma é até contraditório, mas absolutamente razoável: "Tenha o que deseja como meta mas esqueça-se dela" esta é a possibilidade mais rápida de se alcançar o almejado material ou sentimental e ainda com um bônus, o da surpresa do pouco dispêndio de tempo até a conquista. É a absoluta máxima do maior valor da natureza humana, o que nos segue em psiqué e noésis, a LIBERDADE natural de pensamento e idealização, a escolha do caminho individual, o "poder de escolher" que o ser humano tem ao ter a capacidade de racionalizar. O meio social pode até proibir mas jamais retirará do interior de seu criador a verdadeira valoração de cada uma de suas obras.
É uma vertente da idéia de Osho do aspecto cognitivo de poder do ser individual em meio social amplamente divulgada como "Você é Deus de sua própria existência", pela magnitude do valor de liberdade, expressão do intelecto e capacidade racional humana, é a valorização do "Self" para enriquecer o meio social e existência individual no tempo de vida acreditando em uma superiorização do ser crente em si e no universo em que vive.
É a Fé ante um ser superior que nos auxilie na constante busca de se aprimorar como ser humano.
Fantástico!
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