segunda-feira, agosto 08, 2011

"ÍNTIMO"



Eu não me lembro de ter visto um filme que mexeu tanto comigo quanto ao que assisti hoje a noite. Por acaso hoje não conseguia dormir... Liguei a tv e comecei a assistir ENTRE LENÇÓIS pela metade.
Reynaldo Gianecchini e Paola Oliveira têm cada um seus problemas e um grande desfecho nas suas vidas, o fim e o início de um casamento, vindo a passar uma noite dentro de um quarto de Motel conversando com sinceridade e sem reservas, sem a intenção de se apaixonarem.

Me peguei emocionar pelo conceito e pelo frutífero vel de lembranças que foram me ocorrendo durante o filme. Sempre fui romântico, sempre me ative aos detalhes emocionais e a linguagem corporal das mulheres que amei, tentando entender com clareza o que amavam e o que lhes incomodava. Eu sempre me dediquei e sempre me esforcei para notar.

Lembrei de tantas coisas, de tantos momentos diferentes com elas, por quem me apaixonei... Percebo que definitivamente nós não nos desligamos das boas lembranças, do carinho e respeito que fica pois elas sobrevivem até ás piores das separações. Os laços não se rompem, mantêm-se mesmo depois de anos, frágeis como fios, adormecidos, mas existentes.

Penso hoje que talvez ainda não tenha experimentado um patamar superior de "estar apaixonado", aquela fúria intensa do sentimento, a certeza do que querer seguida pela insegurança do perder. Posso ter me enferrujado em sentir hoje a intensidade das paixões que tive, em talvez relembrar o quanto e se foram realmente intensas, mas talvez seja assim porque nunca me apaixonei de verdade... Eu acho que me lembraria mais do sentimento.

Não me frustro, não tenho cicatrizes... É uma via de dois lados, sentir um vazio no peito querendo provar de algo intenso e incerto, mas feliz por ter expectativas de ainda o tê-lo e certeza de não ter me desperdiçado a vida agarrado á um sentimento frágil. Amor se constrói diariamente e com o tempo, com o carinho e respeito adquiridos em uma história de avassaladora paixão... Ou, de uma forte paixão apenas. Não me agarraria á um comodismo, a uma mulher "troféu" simplesmente pelo fato de não ficar sozinho ou porque fico mais bonito ao lado dela.

Eu só viveria feliz estando seguro de estar feliz.

Lembro-me de pintar corações de guache em várias ruas da cidade de madrugada, esperando que sua dona os notasse pela manhã, de roubar flores na calada da noite e colocá-las estrategicamente em posições de destaque para que fossem a primeira coisa a serem admiradas no dia seguinte. 
Era a vontade de iluminar o que me iluminava a vida, de esclarecer o sentimento. gritar, expor pro mundo!

Vejo hoje que as coisas se medem pela más e boas situações, pois se tudo dependesse apenas de carinhos bens elaborados, eu estaria com alguma destas mulheres. 

Temos que saber transpor os problemas e brigas juntos, suportar as desventuras um pelo outro, amar intensamente na "felicidade e na tristeza", pois se algo não sobrevive a isto, se faltar esse tipo de doação tão particular, mesmo que acabe retornando várias e várias vezes depois, bom...  Carinho não é amor e insistir nisto é pelejar para ser feliz. 

Temo que seja um modo de  não aceitar a real possibilidade de se entregar para uma paixão futura e verdadeira com todas as suas forças... É roubar de si o direito de ser verdadeiramente "feliz para sempre" com o comodismo de ser "feliz hoje", mas com ressalvas, simplesmente porque está bom.

Sinto falta muitas vezes de estar com alguém, de fazer as infantis e infundadas loucuras que os pais tanto desgostam, mas que as filhas se derretem na manhã seguinte. 

Não me importo de parecer bobo ou inoportuno para a vizinhança se ao menos pela sombra de um momento, toda aquela dedicação der certo, de ver o resultado no esboço do sorriso.

Sinto saudade de planejar as loucuras, de pedir ajuda aos amigos, de participar daquilo com emoção no peito de ser flagrado, do triunfo de ter dado certo, da expectativa do dia seguinte para ver o resultado, esperando pela ligação, visita ou SMS. Se apaixonar é bom, renovar este sentimento ás vezes faz falta.

E você que me lê, "tu lê negro onde eu leio branco?", entende realmente tudo o que eu quero dizer, da importância de saber que aquilo é paixão verdadeira, que o sexo não é só sexo, é amor?

Teu sentimento é forte e seguro? Se é aquele que você quer com todas as suas forças pelo resto da vida, hoje leitor, lhe dou meus parabéns pois você provou de algo que até hoje acho que desconheço.

C'est La vie.

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