As gentilezas parecem estar morrendo.
A mesa tem virado nessas ultimas gerações... Não se trocam mais boas vindas e gentilezas como se faziam quando eu era pequeno. Lembro-me de que desde sempre aprendi que era um DEVER trocar boas palavras com as pessoas. Todas as manhãs deveriam ser premiadas com um generoso “bom dia”, ou que melhor, o desejo durante todo o dia fosse o de “bom dia”. Que deveria saudar os mais velhos com preferências e “senhorio”, em qualquer situação, mesmo que estivesse em alguns momentos absurdamente errados.
Não posso dizer que fui educado no cabresto... Longe disso, nós três, minhas irmãs e eu só apanhávamos em casos realmente extremos, onde era preciso aprender com um verdadeiro choque. Fomos orientados a vida toda a aprender rapidamente, a nos inundar de respeito pelas coisas, pelas pessoas e pelas coisas das pessoas. Sabíamos perfeitamente quais eram nossos limites e mesmo que ousadamente experimentávamos um pouco mais além do que o permitido nos enchíamos de culpa posteriormente sabendo que o quer fizemos foi errado.
Escrevo sobre isso porque sinceramente me preocupo. Sei bem o que eu quero, sei bem como tratar as pessoas mesmo que não seja bem tratado... Já tenho, portanto minha personalidade e caráter formado. Mas minha preocupação na verdade é com a perpetuidade deste problema nas próximas gerações, com o mundo onde meus filhos virão a viver. Imagino que até lá, se continuarmos a seguir este curso de educação e orientação, não existirá qualquer respeito pelos valores de educação e etiqueta, que as pessoas literalmente irão se atropelar por um pouco de espaço fazendo com que até a mais simples das tarefas seja de mal grado pouco prazerosa.
Meu exemplo é na verdade uma infinidade enorme de situações, mas o impulso em começar a escrever foi na Rodoviária de Ribeirão Preto esta manhã... Na verdade, tenho adiado demais uma infinidade de temas que me inspiram dentro deste complexo, mas desta vez não me escapou. Aguardando meu ônibus hoje, sentei em frente á um café e fiquei observando as funcionárias... A começar por suas carinhas de mal encaradas, insatisfeitas e infelizes pelo trabalho simples que exercem. Pouco saem de trás do balcão, mesmo que predominantemente o movimento seja notavelmente fraco. Mas entendi ao perceber quando saíam qual era o tamanho desânimo... Buscar os copos e canecas usados em cada uma das mesas correspondentes do café.
Bom, aqui estou eu escrevendo enquanto uma delas limpa a mesa onde me sentei... O bom dia passou em vão, como PALAVRA JOGADA A O VENTO, tanto quanto, tenho certeza de que o obrigado será.
De fato. Obrigado ignorado... Limpeza da mesa durou cerca de 3 minutos sem sequer uma palavra ou gentileza trocada. Me entristece, me preocupa porque, coitadinha... Ela não sabe de nada.
O mesmo se repete dentro do ônibus. Mesmo com a maior das gentilezas, parece-me que as pessoas realmente não estão aptas a entender do que se trata. Fiz questão de ajudar uma mulher com a perna machucada, levantei para que a passageira ao meu lado pudesse entrar e mesmo assim, ainda não recebi nenhum “obrigado” ou “bom dia”. Preocupante.
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