sábado, julho 02, 2011

"PEDALADAS"


Finalmente, depois de um longo Jejum me sinto inspirado novamente a escrever alguma passagem no blog. Acho que relaxei das preocupações, ao menos por hora.


Passando o primeiro fim de semana desta "pseudo-férias" em casa, hoje após um churrasco, durante o banho me peguei a pensar novamente sobre um dos maiores desejos que tenho, o de me tornar pai. Fiquei divagando sobre as mudanças que sofrerei com a idade, as limitações que terei quando for brincar de "competir" com meu filho, como uma pessoa tão competitiva terá certamente limites em relação ao tempo.
Me peguei imaginando o momento em que ele (a) começar a sair de bicicleta, explorar a cidade, querer a mais nova e a mais legal, como eu quis. Querer que eu como pai, participe de algumas brincadeiras, que dê voltas com ele, que esteja junto.
Me coloquei no lugar dele... Engraçado que coisas que nos parecem muito injustas no momento em que passamos, são verdadeiras e valiosas lições. Eu nunca tive a "bike" mais legal, aquelas mountain bike's cheias de apetrechos (acessórios) de manobras que ninguém usava. Meu pai não tinha tempo e ás vezes disposição de sair e pedala comigo. Ele não fez como nos filmes, em segurar o selim da bicicleta para que eu não sofresse uma queda... Ele me deu asas e o desafio de me superar. Aprender por mérito, por dedicação.
Na minha vez, acho que faria quase que tudo igual.
Talvez eu venha a me esforçar para participar algumas vezes, brincar de competir (perceber que estou velho e fora de forma), mas tentar observar, aprender e ensinar. Mas se ele quiser a "bike mais legal", que trabalhe por ela, por parte do seu valor. Que entenda desde cedo a importância de valorizar o que pode ter e se quiser melhor, que se esforce por ela. Lembro-me de nunca realmente ter sofrido pressão para trabalhar cedo, inclusive, meu pai sempre se esforçou ao máximo para que eu tivesse todo o tempo e investimento do mundo para estudar ao invés de trabalhar. Sábio.
Ele teve de começara trabalhar desde muito cedo, antes até dos 10 anos de idade... 
Meu pai É O CARA, e entende o valor do conhecimento em troca somente do esforço psico-físico dispendido com a obrigação de trabalhar. Mas eu tive oportunidades, ou, como lição a obrigação de trabalhar para restituir algum gasto absurdo que eu tivesse gerado. Hoje eu entendo que realmente deveria ter me empenhado mesmo para fazer melhor, para enceirar corretamente os carros do estacionamento do Denilton, de aprender as minucias de colocar insulfilme no vidro com o "CÚ"Caio. Até não preciso me arrepender por a lição ter sido efetiva, mas por uma questão de orgulho próprio hoje percebo que deveria ter feito melhor.
São lições, importâncias que se percebe vagarosamente com o tempo, quando amadurecemos e adquirimos o conhecimento de que nada sabemos... Temos espelhos, ícones a seguir, mesmo que inconscientemente.
Não exitaria em aplicar pisico-tapas, faria com que houvesse respeito mútuo, dignidade, humildade e heroísmo em meus atos para com meus filhos, na esperança de que os exemplos de estrutura e poder familiar que hoje tão fielmente admiro, sejam passados para a frente.


Para que algum dia, estas palavras sejam um estopim para o entendimento de que sempre haverá sobre quem me espelhar. 

E que me seja lembrança das boas lições de uma geração sábia e corajosa que sempre teve por mim os braços abertos e a mão estendida para tudo, mas que soube ensinar a não precisar usar.

Aos meus pais, novamente.

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